O LIVRO

O LIVRO

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Nossa Literatura - SONÊTO - CAMÕES




Sonêto (Camões)


O tempo acaba o ano, o mês e a hora,

a força, a arte, a manha, a fortaleza;

o tempo acaba a fama e a riqueza,

o tempo o mesmo tempo de si chora.
 

O tempo busca e acaba o onde mora

qualquer ingratidão, qualquer dureza;

mas não pode acabar minha tristeza,

enquanto não quiserdes vós, Senhora.



O tempo o claro dia torna escuro,

e o mais ledo prazer em choro triste;

o tempo a tempestade em grã bonança.



Mas de abrandar o tempo estou seguro

o peito de diamante,

onde consiste a pena e o prazer desta esperança

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Nossa Cultura - MARCHINHAS DE CARNAVAL





AI QUE CALOR....OOO!!!!

Marcha de Carnaval, também conhecida como "marchinha de carnaval", é um gênero de música popular que foi predominante no carnaval dos brasileiros dos anos 20 aos anos 60 do século XX, altura em que começou a ser substituída pelo samba enredo em razão de que as escolas de samba não queriam pagar os altos preços cobrados pelos compositores musicais. No entanto, no Rio de Janeiro e em diversas cidades do Brasil, as centenas de blocos carnavalescos que anualmente desfilam durante o carnaval continuam, a cada ano, lançando novas marchinhas e revivendo as antigas.
A primeira marcha foi a composição de 1899 de Chiquinha Gonzaga, intitulada Ó Abre Alas, feita para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro.

Um estilo musical importado para o Brasil, descende diretamente das marchas populares portuguesas, partilhando com elas o compasso binário das marchas militares, embora mais acelerado, melodias simples e vivas, e letras picantes, cheias de duplo sentido. Marchas portuguesas faziam grande sucesso no Brasil até 1920, destacando-se Vassourinha, em 1912, e A Baratinha, em 1917.
Carmen Miranda, a mais popular cantora
 de Marchinhas de Carnaval


Inicialmente calmas e bucólicas, a partir da segunda década do séc XX passaram a ter seu andamento acelerado, devido a influência da música comercial norte-americana da era jazz-bands, tendo como exemplo as marchinhas Eu vi e Zizinha, de 1926, ambas do pianista e compositor José Francisco de Freitas, o Freitinhas.

A marchinha destinada expressamente ao carnaval brasileiro passou a ser produzida com regularidade no Rio de Janeiro, a partir de composições de 1920 como Pois não de Eduardo Souto e João da Praia , Ai amor de Freire Júnior e Ó pé de anjo de Sinhô, [carece de fontes] e atingiu o apogeu com intérpretes como Carmen Miranda, Emilinha Borba, Almirante, Mário Reis, Dalva de Oliveira, Silvio Caldas, Jorge Veiga e Blecaute, que interpretavam, ao longo dos meados do século XX, as composições de João de Barro, o Braguinha e Alberto Ribeiro, Noel Rosa, Ary Barroso e Lamartine Babo. O último grande compositor de marchinha foi João Roberto Kelly.

As marchinhas de carnaval tiveram seu auge nos anos 30, 40 e 50. Depois delas, muito foi produzido, pouco aproveitado. Dos anos 60 em diante, as marchinhas começaram a perder espaço para os sambas-enredo. As escolas de samba, agremiações de grandes sambistas, começavam a ditar quais eram os sucessos. Alguns compositores, como Chico Buarque, se arriscaram a escrever as suas marchinhas. Caetano Veloso também se arriscou, mas flertou com outro gênero, o frevo, que anima em Pernambuco, tal qual as marchinhas no Rio de Janeiro, a festa de carnaval. Mas ficou nisso.

Nos anos 80 algumas regravações chegaram a fazer sucesso, como Balancê, de João de Barro e Alberto Ribeiro – talvez a maior dupla de compositores de marchinhas - lançada por Gal Costa em 1980 e Sassaricando, de Luís Antônio, Jota Júnior e Oldemar Magalhães, gravada por Rita Lee para a trilha sonora da novela de mesmo nome; mas era muito pouco para um País que somente em 1952 produziu cerca de 400 músicas de carnaval, a maioria delas marchinhas alegres e divertidas.




MARCHINHAS FAMOSAS

Allah-La Ô de Haroldo Lobo e Nássara
Apareceu a Margarida
A Pipa do Vovô de Manoel Ferreira e Ruth Amaral
As Pastorinhas
As águas vão rolar
Atrás do trio elétrico
Aurora de Mário Lago em parceria com Roberto Roberti
Avenida Iluminada de Newton Teixeira e Brasinha
Bandeira branca
Bota camisinha de João Roberto Kelly
Cabeleira do Zezé de João Roberto Kelly e Roberto Faissal
Cachaça não é água de Carmen Costa e Mirabeu Pinheiro
Chiquita Bacana de Braguinha, e Alberto Ribeiro
Chuva, Suor e Cerveja
Cidade maravilhosa
Está chegando a hora
Indio quer Apito Haroldo Lobo de e Milton de Oliveira
Jardineira de Benedito Lacerda e Humberto Porto (1939)
Jura
Linda loirinha
Linda morena de Lamartine Babo
Malmequer de Newton Teixeira e Cristóvão de Alencar
Mamãe Eu Quero de Vicente Paiva e Jararaca (1937)
Marcha da cueca de Carlos Mendes, Livardo Alves e Sardinho
Máscara negra (marcha-rancho) de Zé Keti e Pereira Mattos (1967)
Me dá um dinheiro aí de Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira
Mulata iê-iê-iê João Roberto Kelly
Ó abre alas de Chiquinha Gonzaga (1899)
Ô balancê
O teu cabelo não nega mulata" de Lamartine Babo
Pirata da Perna de Pau de Braguinha
Pó-de-mico
Saca rolha
Sassassaricando de Luiz Antônio, Zé Mário e Oldemar Magalhães
Ta-hí de Joubert de Carvalho (1930)
Touradas de Madri de Braguinha
Tristeza de Haroldo Lobo e Niltinho
Turma do Funil de Braguinha
Um pierrô apaixonado
Yes, nós temos bananas