Joel Rufino dos Santos (Rio de Janeiro, 1941 - Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2015) filho de pernambucanos, foi um historiador, professor e escritor brasileiro , tendo sido um dos nomes de referência sobre o estudo da cultura africana no país.
Nascido no bairro de Cascadura, cresceu apreciando a leitura de histórias em quadrinhos. Desde criança se encantava com as histórias que a sua avó Maria lhe contava e as passagens da Bíblia que ouvia. Junto com os gibis, que lia escondido de sua mãe, esse foi o tripé da paixão literária do futuro fazedor de histórias. Seu pai também teve um papel nessa formação, presentando-o com livros que Joel guardava em um caixote.
Em suas próprias palavras:
"Como tantos escritores eu tive alguém, na infância, que me viciou em histórias. Lia gibis escondido, o que, possivelmente, ampliou o seu fascínio. E a Bíblia, ao invés de tomá-la como livro sagrado, tomei-a como livro maravilhoso de histórias, e como manual de estilo. Tudo se passou em Cascadura e Tomás Coelho, subúrbios antigos do Rio, onde se pode ser feliz ou infeliz como em qualquer lugar.".
Ainda em suas palavras, sobre as obras importantes na sua formação:
"Filho nativo, de Richard Wright; Casa Grande & senzala, de Gilberto Freire; O Ateneu, de Raul Pompéia; Terras do Sem-Fim, de Jorge Amado; O escravo, de Hall Caine; O tempo e o vento, de Érico Veríssimo; o Manifesto comunista, de Marx e Engels… A lista é comprida. O decisivo não é o livro em si, mas a altura da vida em que você o lê. Esses foram os do começo da minha juventude."
Ainda jovem, mudou-se com a família para o bairro da Glória e pouco depois entrou para o curso de História da antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde começou a sua carreira de professor, dando aula no cursinho pré-vestibular do grêmio da Faculdade.
Convidado pelo historiador Nelson Werneck Sodré para ser seu assistente no Instituto Superior de Estudos Brasileiros ( ISEB ), lá conviveu com grandes pensadores, e foi um dos co-autores da História Nova do Brasil, um marco da historiografia brasileira.
Com o golpe de 1964, Joel, por sua militância política, precisou sair do Brasil, asilando-se na Bolívia, depois no Chile. Com o exílio, não só interrompeu a sua vida acadêmica, como também não participou do nascimento do seu primeiro filho, que se chama Nelson em homenagem ao seu mestre e amigo.
Voltando ao Brasil, viveu semi-clandestino, e foi preso 3 vezes. Na última , cumpriu pena no Presídio do Hipódromo ( 1972-1974 ). As cartas, muitas, que escreveu para Nelson, foram, mais tarde, publicadas no livro “Quando eu voltei, tive uma surpresa”, considerado o melhor do ano(2000 ) para jovens leitores.
Com a aprovação da Lei da Anistia, foi re-integrado ao Ministério da Educação e convidado a dar aulas na graduação da Faculdade de Letras e posteriormente na pós-graduação da Escola de Comunicação, UFRJ. Obteve, da Universidade, os títulos de “ Notório Saber e Alta Qualificação em História” e “ Doutor em Comunicação e Cultura”. Recebeu também, do Ministério da Cultura, a comenda da Ordem do Rio Branco, por seu trabalho pela cultura brasileira.
Doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde lecionou Literatura, como escritor tem extensa obra publicada: livros infantis, didáticos, paradidáticos e outros. Trabalhou como colaborador nas minisséries Abolição, de Walter Avancini, transmitida pela TV Globo (22 a 25 de novembro de 1988) e República (de 14 a 17 de novembro de 1989). Além disso, já ganhou diversas vezes o Prêmio Jabuti de Literatura, o mais importante no país.
Como escritor, Joel é plural. Escreveu inúmeros livros para crianças, jovens e adultos. Ficção e não ficção. Ensaios, artigos , participação em coletâneas. Recebeu, como autor de livros para crianças e jovens, vários prêmios, tendo sido finalista do Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil.
Joel é casado com Teresa Garbayo dos Santos, autora do livro “Conversando com casais grávidos”. Nelson e Juliana são os seus filhos. Eduardo, Raphael, Isabel e Victoria, os netos queridos.
Joel Rufino dos Santos faleceu em 4 de Setembro de 2015, após complicações causadas por uma cirurgia cardíaca.
Quer saber mais sobre o Joel ? Ele também foi :
Pesquisador do Instituto de Estudos da Religião (ISER)
Diretor do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro.
Presidente da Fundação Cultural Palmares (MINC).
Membro do Conselho da Secretaria estadual de Cultura –
Superintendente de Cultura da Secretaria estadual de Cultura
Subsecretário da Secretaria estadual de Justiça e Direitos Humanos.
Diretor de Comunicação Social do Tribunal de Justiça e do Tribunal Regional do Trabalho
Representante do Brasil no Comitê Científico Internacional da UNESCO para o
Programa “ Rota dos Escravos “
Consultor brasileiro do Programa Escolas Associadas, da UNESCO.
Membro da Comissão de Comunicação Institucional do Tribunal de Justiça.
Saiba mais: http://www.joelrufinodossantos.com.br/paginas/index.asp
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