"A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria."
Paulo Freire
O ALIENISTA - em quadrinhos - MACHADO DE ASSIS |
acional.
Angelo Agostini |
Em 30 de janeiro de 1869 Angelo Agostini, italiano que chegou ao Brasil com 16 anos e aqui passou toda sua vida, começou a publicar na revista Vida Fluminense As aventuras de Nhô Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte, contando as hilárias aventuras de um caipira perdido no Rio de Janeiro, considerada a primeira história em quadrinhos propriamente dita do Brasil. Enquanto outras obras parecidas com HQs já haviam aparecido por aqui, Agostini foi o primeiro a contar uma história sequencial, com personagens fixos e recursos que são muito modernos até hoje, como enquadramentos "cinematográficos" e ganchos no final de cada edição, o que qualquer leitor de gibis de super-heróis conhece muito bem. Alguns apontam esta como a primeira graphic novel que se tem notícia. Em homenagem ao ilustrador famoso, que ainda teve outro personagem, Zé Caipora, e colaborou com importantes publicações como a infantil O Tico-Tico, há 29 anos a Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo criou o Prêmio Angelo Agostini, uma das mais importantes premiações do quadrinho nacional. Mas não para por aí, porque este grande pioneiro abriu o caminho pra muitos outros criadores talentosíssimos.
Mauricio de Souza e sua turminha |
Sem dúvidas a mais conhecida HQ brasileira no Brasil e no mundo é A Turma da Mônica, de Maurício de Souza, que começando com o Bidu em 1959 nas tirinhas da Folha de São Paulo, até hoje encanta crianças e adultos com personagens como Mônica (que começou como coadjuvante nas tirinhas do Cebolinha mas logo roubou a cena, ganhando revista própria em 1970), Cebolinha, Cascão , Magali , Chico Bento, que em 1963 tomou pra si a tirinha do "Zezinho e Hiroshi" e ganhou sua turma, com várias revistas, desenhos, filmes e produtos licenciados em mais de 40 países.
Ziraldo |
Outra lenda do gibi brasileiro é o grande cartunista Ziraldo, que em 1980 começou a contar as aventuras do Menino Maluquinho, cujas incríveis brincadeiras e peraltices lembram a infância de todo mundo. O personagem se tornou tão popular que inspirou dois filmes e várias montagens no teatro.
A Educação por Ziraldo:
De acordo com o cartunista e escritor Ziraldo, a única saída para a evolução é a prática da leitura, ler ainda é o melhor remédio, tanto para a interpretação quanto para a produção textual. Em suas entrevistas, ele faz questão de enfatizar a importância da leitura critica e também apenas como entretenimento. Em suas palavras, "menino tem, antes de tudo, que aprender a ler e escrever como quem respira. Com um detalhe: tem que aprender a gostar de ler, a descobrir que o livro é o melhor amigo...", ele ressalta o quanto a literatura é capaz de ampliar a visão de mundo, fundamentar a cidadania e elevar competências e habilidades. Para o autor, leitura não é obrigação e sim um hábito que deve ser agradável e enriquecedor.
Falando em cartunistas, o Brasil é casa de uma legião de grandes artistas, começando pelo gigante Henfil e sua Graúna, Laerte e os Piratas do Tietê, Angeli e Chiclete com Banana, Glauco e Geraldão, Adão Iturrusgarai e Aline, Fernando Gonsales e Niquel Nausea, Caco Galhardo e Os pescoçudos... Sem falar, é claro, no genial Millôr Fernandes.