O LIVRO

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

LIVROS - Você Não É Sua Estante de Livros"

Você Não É Sua Estante de Livros
            - do original  "You are not the books on your shelf"  por Jeff O'Neal, editor do  Book Riot

“Você não é os livros na sua estante.
Você não é os livros que leu.
Você não é os livros que não leu.
Você não é os livros que as pessoas pensam que você leu.
Você não é os livros que deveria ter lido.
Você não é os livros que sempre teve a intenção de ler.
Você não é os livros que odeia.
Você não é os livros que deixa de lado.
Você não é os livros que gosta.
Você não é os livros que ama.
Você não é o livro que está lendo agora.
Você não é o livro que acabou de ler.
Você não é o livro que lerá em seguida.
Você não é os livros dos quais se lembra.
Você não é os livros que esqueceu.
Você não é os livros que seus pais leram para você.
Você não é os livros que lê para os seus filhos.
Você não é os livros que deu.
Você não é os livros que ganhou.
Você não é os livros que escreveu.
Você não é os livros que irá escrever.
Você não é os livros que nunca irá escrever.
Você não é os livros que relê todos os anos.
Você não é os livros que abandonou.
Você não é os livros que estudou.
Você não é os livros que admira.
Você não é os livros que lhe fizeram pensar.
Você não é os livros que lhe fizeram mudar.
Você não é os livros que lhe fizeram tirar o telefone do gancho.
Você não é os livros que lhe fizeram rir.
Você não é os livros que lhe fizeram chorar.

Todos esses livros são você.”

                           JEFF O’NEAL

You are not the books on your shelf

"You are not the books on your shelf.
You are not the books you have read.
You are not the books you haven’t read.
You are not what books people think you have read.
You are not the books you are supposed to have read.
You are not the books you always meant to read.
You are not the books you hate.
You are not the books you dismiss.
You are not the books you like.
You are not the books you love.
You are not the book you are reading now.
You are not the book you just read.
You are not the book you are reading next.
You are not the books you remember.
You are not the books you have forgotten.
You are not the books your parents read to you.
You are not the books you read to your children.
You are not the books you’ve given.
You are not the books you have received.
You are not the books you have written.
You are not the books you will write.
You are not the books you will never write.
You are not the books you reread every year.
You are not the books you’ve abandoned.
You are not the books you studied.
You are not the books you admire.
You are not the books that made you think.
You are not the books that made you change.
You are not the books that made you leave.
You are not the books that made you pick up the phone.
You are not the books that made you laugh.
You are not the books that made you cry.

 All of these books are you."

domingo, 23 de fevereiro de 2014

NOSSA HISTÓRIA - As origens do Carnaval - sua História e o Carnaval de antigamente no Brasil



O carnaval é a festa popular mais celebrada no Brasil e que, ao longo do tempo, tornou-se elemento da cultura nacional. Porém, o carnaval não é uma invenção brasileira nem tampouco realizado apenas neste país. A História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.

A palavra carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é retirar a carne. O significado está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de enquadrar uma festa pagã.

Na antiga Babilônia, duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como carnaval. As Saceias eram uma festa em que um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.

O outro rito era realizado pelo rei nos dias que antecediam o equinócio da primavera, período de comemoração do ano novo na região. O ritual ocorria no templo de Marduk, um dos primeiros deuses mesopotâmicos, onde o rei perdia seus emblemas de poder e era surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono.

O que havia de comum nas duas festas e que está ligado ao carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao deus. Possivelmente a subversão de papeis sociais no carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar suas origens nessa tradição mesopotâmica.

As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.

Havia ainda em Roma as Saturnálias e as Lupercálias. As primeiras ocorriam no solstício de inverno, em dezembro, e as segundas, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças. Os papeis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos.

Mas tais festas eram pagãs. Com o fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com bons olhos as festas. Nessa concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio.
A Igreja Católica buscou então enquadrar tais comemorações. A partir do século VIII, com a criação da quaresma, tais festas passaram a ser realizadas nos dias anteriores ao período religioso. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade religiosa.

Durante os carnavais medievais por volta do século XI, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam nas ruas e campos durante algumas noites. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os beijos das jovens das casas.

Quadro de Johannes Lingelbach (1622-1674), Carnaval em Roma, exemplo de um carnaval da Commedia Dell´arte

Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza, os participantes usavam a bauta, uma capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de três pontas e uma máscara branca.

O CARNAVAL DO BRASIL DE ANTIGAMENTE 
ENTRUDO

A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. 


O entrudo


Naquela época o carnaval era celebrado com muita dança, fantasias, máscaras, blocos populares passeando pelas ruas das cidades e principalmente o famoso entrudo. O entrudo era uma verdadeira guerra de limões de cheiro travada entre os vários foliões.

Apesar das reclamações, o entrudo resistiu durante longos anos da história, tendo sido abolido apenas no começo do século XX. Mesmo assim, o carnaval nunca perdeu seu espírito de alegria e festividade, suas principais marcas até hoje. Depois dos seus primeiros tempos de carnaval colonial surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros gêneros musicais também foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.                
E salve a alegria!!.










domingo, 16 de fevereiro de 2014

NOSSA LITERATURA - Conto "PELO RALO"


'PELO RALO"
Este conto foi inspirado nos atentados de 11 de setembro de 2001 às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York.

        Os pratos estão empilhados em um dos lados da pia numa torre irregular, equilibrando-se uns sobre os outros de forma precária, como os destroços de um prédio bombardeado ameaçando cair. Estão sujos. Muito sujos. Foram deixados ali já faz algum tempo, e os pedaços de detritos sobre eles se cristalizaram, tomando formas absurdas, surreais. Há grãos e lascas, restos de folhas, amontoados de uma indefinida massa de cor acinzentada. Copos e tigelas de vidro, também empilhados num desenho caótico, exibem a superfície maculada, cheia de nódoas, e o metal das panelas, chamuscado e sujo em vários pontos, lembra a fuselagem de um avião incendiado. Mas há mais que isso. Há talheres por toda parte, lâminas, cabos, extremidades pontiagudas que surgem por entre os pratos, em sugestões inquietantes. E há ainda a cratera da pia, onde outros tantos pratos e travessas, igualmente sujos, estão quase submersos numa água escura, como se, num campo de batalha, a chuva tivesse caído sobre as cinzas. O cenário é desolador.

        A mulher se aproxima, os olhos fixos na pia. Suas mãos, cujos dedos exibem dobras ressecadas, resultado de muitos anos de contato com água e detergente, movem-se em torno da cintura e caminham até as costas, levando as tiras do avental vermelho e branco. Com gestos rápidos, ágeis, faz-se a laçada, que ajusta o avental em seu lugar. E a mulher abre a torneira. Encostada à pia, espera, tocando a água de vez em quando com a ponta dos dedos. Ligou o aquecedor no máximo, pois sabe que precisará dela fumegante, para derreter as crostas formadas depois de tantas horas. Logo o vapor começa a subir. Emana da pia, primeiro lentamente, depois numa nuvem mais encorpada, quase apocalíptica, enquanto o jato d’água chia contra a superfície da louça suja. A mulher despeja algumas gotas de detergente na esponja e começa a lavar. Esfrega com vigor, começando pelas travessas que estavam imersas na água parada, pegando em seguida os copos e, por fim, a pilha de pratos. Vai acumulando-os, já envoltos em espuma, de um dos lados da pia, num trabalho longo, árduo. E só depois se põe a enxaguá-los, deixando que a água escoe, levando consigo o que resta dos detritos.
     
          De repente, a mulher sorri. As pessoas não acreditam, mas ela gosta de lavar louça. Sempre gostou. A sensação da água quente nas mãos, seu jato carregando as impurezas, são para ela um bálsamo. “É bom assistir a essa passagem, à transformação do sujo em limpo”, ouviu dizer um dia um poeta, que também gostava de lavar louça. Ficara feliz ao ouvir aquilo. Só então se dera conta do quanto havia de beleza e poesia nesses gestos tão simples. Mas agora a mulher suspira. Queria poder também lavar os erros do mundo, desfazer seus escombros, apagar-lhe as nódoas, envolver em sabão todos os ódios e horrores, as misérias e mentiras. Porque, afinal, do jeito que as coisas andam, é o próprio mundo que vai acabar – ele inteiro – descendo pelo ralo. (16.09.2011)


Heloísa Seixas - A escritora Heloísa Seixas nasceu no Rio, onde mora. É autora de mais de dez livros, entre eles os romances "A porta" (Record, 1996), "Diário de Perséfone" (Record, 1998), "Através do vidro" (Record, 2001) e "Pérolas absolutas" (Record, 2003). "A porta" e "Pérolas absolutas" foram finalistas do Prêmio Jabuti, assim como "Pente de Vênus" (Sulina, 1995, Record 2000), de contos, seu livro de estreia. Heloisa, que durante sete anos escreveu a coluna “Contos mínimos” no Jornal do Brasil, é também autora de um livro sobre o mal de Alzheimer, "O lugar escuro" (Objetiva, 2007).





quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

SOCIEDADE - UM PENSAMENTO

   Nossa sociedade é articulada pela diversidade. O território brasileiro é palco de muitos. Muitos grupos, muitos sonhos e muitas interações. É fundamental valorizar a humanidade, independentemente das raças e credos presentes no processo natural de formação de cada indivíduo. As peculiaridades de cada um devem, portanto, ser reconhecidas e compreendidas.

OPERÁRIOS - Tarsila do Amaral






quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

NOSSA HISTÓRIA - O bolso furado do imperador D.PedroII




Em tempos de escolher governantes, é bom estar atento às relações que os homens públicos mantêm com o dinheiro do povo. Um exemplo a ser lembrado é o de D. Pedro II. O imperador esteve no trono brasileiro por quase 50 anos, e nunca aceitou aumento na sua dotação, isto é, o salário. Pouco depois de ser coroado, ainda com 14 anos, tratou de extinguir cargos públicos que considerava inúteis (por exemplo, a Guarda Imperial, depois recriada, já na República, com o nome de Dragões da Independência). Além de pagar do próprio bolso estudos de brasileiros no exterior – que foram estudar arte, medicina e engenharia, com a condição de retornar ao Brasil e aplicar aqui seus conhecimentos – doava recorrentemente parte do salário a obras de caridade (ou para gastos de guerra). Pagava também viagens pelo país, e fazia empréstimos para viajar para o exterior. Quando morreu, exilado, em 1891, não havia amealhado fortuna. Ao contrário, deixou dívidas.

fonte: almanaque fevereiro 2014, Revista de História

D, Pedro II


EXPOSIÇÃO: FATO ABERTO: O DESENHO NO ACERVO DA PINACOTECA DO ESTADO



Para Mário de Andrade, o desenho era ''uma transitoriedade e uma sabedoria (...) e por natureza, um fato aberto". Dessas palavras surgiu o nome da exposição na Pinacoteca do Estado (SP) dedicada, justamente, à arte de desenhar. Fato Aberto é composta por cerca de 140 obras. A mostra apresenta um grupo de desenhos do acervo  da Pinacoteca raramente expostos. A exposição contará com obras sobre papel de mais de 60 artistas: o mais antigo, de Henry Chamberlain, data de 1820 e o mais recente, de Alex Cerveny, de 1991. A seleção inclui Wesley Duke Lee, Pedro Américo, Artur Barrio, Mira Schendel, Helio Oiticica, Victor Merielles, Frans Krajcberfg e Cildo Meireles.
"Vista da Ponte Velha do Salto Itu", de 1851, obra de Miguelzinho Dutra 


ONDE: Pinacoteca do Estado de São Paulo, praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo, SP.
QUANDO: de terça a domingo, das 10h às 17:30; quinta, até às 22h.
QUANTO: R$ 6 (estudantes, pagam meia; crianças até 10 anos e idosos maiores de 60 não pagam; quinta, grátis a partir das 18h; sábado, grátis).

"Dama do Rio e Sua Acompanhante", de 1844, de autor não identificado"


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

CITOU: Joaquim Nabuco

"O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade."

                      Joaquim Nabuco (Recife, 19/08/1849  - Washington, 17/01/1910
                   - político, diplomata, historiador, jurista e jornalista brasileiro 


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

NOSSA HISTÓRIA - BRASIL: SOMOS AINDA RACISTAS!!!!

No caderno de Economia no Jornal do Brasil no último dia 30 de janeiro foi publicado uma matéria muito interessante sobre a terrível herança que ainda temos da época da escravidão, uma mancha na nossa história que se arrasta em um país com mais de 500 anos, a matéria é sobre as diferenças entre ganhos entre a população negra e branca deste país, brancos tiveram rendimento anual de R$ 2,3 mil, já os negros, R$ 1,3 mil em 2013.
Matéria: RENDA DOS NEGROS CRESCE, MAS NÃO CHEGA A 60% DA DOS BRANCOS -  De 2003 a 2013, a renda da população preta e parda cresceu 51,4%, enquanto a da população branca aumentou 27,8%, divulgou hoje (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, a renda dos negros ainda corresponde a apenas 57,4% da dos brancos, percentual maior que os 48,4% de 2003. Nesse período, a renda média geral da pesquisa subiu 29,6%. Enquanto a população de cor branca teve rendimento médio de R$ 2.396,74 em 2013, a população preta e parda recebeu em média R$ 1.374,79 por mês. O valor médio para toda a população das seis regiões metropolitanas pesquisadas no ano passado foi de R$ 1.929,03. Para a técnica da Coordenação de Emprego e Renda do IBGE, Adriana Araújo Beringuy, que apresentou a pesquisa, a retrospectiva dos 11 anos da Pesquisa Mensal do Emprego mostra que houve ganhos importantes para grupos historicamente mais vulneráveis[...] . Estes grupos vulneráveis referem-se também às diferenças entre a renda de homens e mulheres como também a diferença no desemprego entre as mulheres negras e brancas.