"A história é vital para a formação da cidadania porque nos mostra que para compreender o que está acontecendo no presente é preciso entender quais foram os caminhos percorridos pela sociedade brasileira; senão parece que tudo começou quando tomamos consciência das nossas vidas." Bóris Fausto - historiador, escritor e cientista político brasileiro.
O LIVRO
quarta-feira, 20 de abril de 2016
Nossa Literatura - TIRADENTES - UM SONHO DE LIBERDADE - Literatura de Cordel
CORDEL SOBRE TIRADENTES
De autoria de ARIEVALDO VIANA, em parceria com outro grande cordelista, ZÉ MARIA DE FORTALEZA, este cordel foi publicado em folheto de dezesseis páginas pela editora Tupynamquim, com capa de KLÉVISSON VIA com uma biografia detalhada, o que levaria um bocado de tempo de digitação, o texto não está completo. Quem quiser ver o texto integral deve entrar em contato com a editora por um desses caminhos: tupynamquim_editora@ibest.com.br
TIRADENTES
Um sonho de liberdade
Zé Maria de Fortaleza e Arievaldo Viana
Num Brasil de tantos Silvas
Quero falar do primeiro
Que embalou nossa pátria
Com um sonho verdadeiro
Foi Joaquim José da Silva
Um grande herói brasileiro.
(...)
Trata-se de um grande herói
Que seus dons proeminentes
Os colocaram no rol
Dos grandes inconfidentes
Foi Joaquim José da Silva
Xavier, o Tiradentes.
Nasceu no século dezoito
No ano quarenta e seis
No Distrito de Pombal
Que lembra o grande Marquês
De Pombal, que foi ministro
Do reinado português.
(...)
Seu padrinho era dentista
E por razões evidentes
Ele aprendeu logo a arte
E por questões decorrentes
Da profissão, lhe custou
A alcunha de Tiradentes.
Na profissão de dentista
Não quis mais continuar
E resolveu investir
Na carreira militar
Foi comandante das tropas
Sem nada lhe intimidar.
(...)
Tiradentes, um plebeu
De origem muito pobre,
Conviveu por algum tempo
No meio de gente nobre
E ante tanta injustiça
Sua vocação descobre.
Viu que a nação brasileira
Não estava satisfeita
Com as ordens lusitanas
E a cobrança suspeita
Percebeu que tal proposta
Por muitos não era aceita.
(...)
Era um homem inteligente
De ampla e clara visão
Um sonho de liberdade
Movia seu coração
Livrar o Brasil Colônia
Do jugo da opressão.
(...)
Tiradentes e seus pares
A justa revolta urdiram
Porém os planos vazaram
Num precipício caíram
Joaquim Silvério e mais dois
Ouviram tudo e o traíram.
(...)
Antes da revolução
Chegar a hora e a vez
A notícia foi levada
Ao Vice-Rei português
Pelo delator infame
Joaquim Silvério dos Reis.
(...)
Prenderam então Tiradentes
Na Rua dos Latoeiros
Já na prisão recebeu
Notícias dos companheiros
Que também estavam presos
Pra revolta dos mineiros.
(...)
A vinte e um de abril
No ano noventa e dois
Daquele século dezoito
A maldade disse: “Pois
Sendo assim, massacrem o réu
Para enforcá-lo depois.
Foram percorrendo as ruas
Lá do Rio de Janeiro
Desde a cadeia ao patíbulo
Levando o prisioneiro
Que apesar do sofrimento
Tinha um semblante altaneiro.
Ao contrário do que os livros
De história têm mostrado
Ele subiu ao patíbulo
Com o cabelo raspado
Trajando uma longa túnica
Por um carrasco puxado.
(...)
Ele cumpriu sua sina
Bastante resignado,
Sonhando ver seu País
Da opressão libertado,
Depois de morto, o herói
Foi também esquartejado.
(...)
Somente com a República
O nosso herói Tiradentes
Virou personalidade
Histórica entre os combatentes
E foi cognominado
Mártir dos inconfidentes.
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Nossa Literatura - Romanceiro da Inconfidência (uma análise)- Cecília Meireles
Inspirada por uma visita a Ouro Preto, Cecília Meireles
compôs esse poema de temática social, que evoca a luta pela liberdade no Brasil
do século XVIII e incorpora elementos dramáticos, épicos e líricos
Fruto de longa pesquisa histórica, Romanceiro da Inconfidência
é, para muitos, a principal obra de Cecília Meireles. Nesse livro, por meio de
uma hábil síntese entre o dramático, o épico e o lírico, há um retrato da
sociedade de Minas Gerais do século XVIII, principalmente dos personagens
envolvidos na Inconfidência Mineira, abortada pela traição de Joaquim Silvério
dos Reis, o que culminou na execução de Tiradentes.
GÊNERO ROMANCEIRO
O gênero romanceiro é uma coleção de poesias ou canções de
caráter popular. De tradição ibérica, surgiu na Idade Média e é, em geral, uma
narrativa com um tema central. Cada parte tem o nome de romance – que não deve
ser confundido com a denominação do atual gênero em prosa.
Nessa obra de Cecília Meireles, há 85 romances, além de
outros poemas, como os que retratam os cenários. Em sua composição, é utilizada
principalmente a medida velha, ou seja, a redondilha menor, verso de cinco
sílabas poéticas (pentassílabo) e, predominantemente, a redondilha maior, verso
de sete sílabas (heptassílabo), como ocorre na “Fala Inicial”:
Não posso mover meus passos
por esse atroz labirinto
de esquecimento e cegueira
em que amores e ódios vão:
(...)
No entanto, deve-se observar que, por ser uma autora
moderna, Cecília não se prende totalmente a esse modelo. Vale-se, também, de
versos mais curtos, de quatro sílabas, como em “Fala aos Inconfidentes Mortos”:
Treva da noite,
lanosa capa
nos ombros curvos
dos altos montes
aglomerados...
(...)
Há também os mais longos, como os decassílabos em “Cenário”,
no início:
Passei por essas plácidas colinas
E vi das nuvens, silencioso, o gado,
Pascer nas solidões esmeraldinas.
(...)
Quanto às rimas, a autora utiliza as chamadas imperfeitas
(terminações de versos semelhantes), como se pode observar no Romance XIII:
Eis que chega ao Serro Frio,
à terra dos diamantes,
o Conde de Valadares,
fidalgo de nome e sangue,
José Luís de Meneses
de Castelo Branco e Abranches.
Ordens traz do grão Ministro
de perseguir João Fernandes.
(...)
A escritora faz uso, ainda, de rimas perfeitas (terminação
em sons vocálicos e consonantais idênticos), tal como no Romance VI:
Já se preparam as festas
para os famosos noivados
que entre Portugal e Espanha
breve serão celebrados.
Ai, quantas cartas e acordos
redigidos e assinados!
(...)
CONTEXTO HISTÓRICO
Romanceiro da Inconfidência caracteriza- se como uma obra
lírica, de reflexão, mas com um contexto épico, narrativo, firmemente calcado
na história. Em 1789, inspirados pelas idéias iluministas européias e pela
independência dos Estados Unidos, alguns homens tentam organizar um movimento
para libertar a colônia brasileira de sua metrópole portuguesa.
Uma pesada carga tributária sobre o ouro extraído das Minas
Gerais deixava os que viviam dessa renda cada vez mais descontentes. Assim,
donos de minas, profissionais liberais – entre os quais alguns poetas árcades –
e outros começaram a conspirar contra Portugal. Contudo, o movimento é delatado
e os envolvidos, presos. Alguns são condenados ao exílio, e o único a ser
executado, na forca, é Tiradentes, em 21 de abril de 1792.
GÊNESE EM OURO PRETO
Nessa obra, Cecília Meireles utiliza-se, pela primeira vez,
da temática social, de interesse histórico e nacional, enfatizando a luta pela
liberdade. Sem aprofundadas reflexões filosóficas, mas com muita sensibilidade,
a autora dá uma visão mais humana dos protagonistas daquele que foi o primeiro
grande movimento de emancipação do Brasil: a Inconfidência Mineira.
Como se trata de um fato histórico, e dos mais importantes,
a autora tem o cuidado de não se limitar a relatá-lo em versos, mas procura
recriá-lo por meio da imaginação.
A gênese da obra ocorreu, de acordo com depoimento da
escritora, quando foi pela primeira vez à cidade de Ouro Preto (ex-Vila Rica),
local onde se organizou o movimento de Tiradentes e seus companheiros.
Cecília afirmou: “Todo o presente emudeceu, como platéia
humilde, e os antigos atores tomaram suas posições no palco. Vim com o modesto
propósito jornalístico de descrever as comemorações de uma Semana Santa; porém
os homens de outrora misturaram-se às figuras eternas dos andores; (...) na
procissão dos vivos caminhava uma procissão de fantasmas (...). Era, na
verdade, a última Semana Santa dos inconfidentes: a do ano de 1789”.
ROMANCES
Tematicamente, pode-se localizar a ambientação da narrativa
nos primeiros 19 romances. A descoberta do ouro, o início de uma nova
configuração social com a chegada dos mineradores e toda a estrutura formada
para atendê-los, os costumes, os “causos”, como o da donzela morta por uma
punhalada desferida pelo próprio pai (Romance IV), ou os cantos dos negros nas
catas (VII), o folclore, a história do contratador João Fernandes e de sua
amante Chica da Silva e o alerta sobre a traição do Conde de Valadares (XIII a
XIX). A ênfase recai na cobiça do ouro, que torna as pessoas inescrupulosas.
Vila Rica é o “país das Arcádias”, numa alusão direta ao
neoclassicismo brasileiro, com seus principais poetas e suas pastoras:
Glauceste Satúrnio e Nise, Dirceu e Marília. No belo Romance XXI, as primeiras
idéias de liberdade começam a circular.
A partir do Romance XXIV, a insatisfação, a revolta contra a
corte portuguesa é explicitada com a confecção de uma bandeira (Libertas quae
sera tamen). Do XXVII ao XLVII, há a atuação do alferes Joaquim José da Silva
Xavier, o Tiradentes, que procurava atrair mais gente para a conspiração, em
longas cavalgadas pela estrada que levava ao Rio. Contudo, os planos são
abortados antes de ser efetivamente colocados em prática por causa dos
delatores, principalmente Joaquim Silvério dos Reis (XXVIII):
(...)
Ai, que o traiçoeiro invejoso
junta às ambições a astúcia.
Vede a pena como enrola
arabescos de volúpia,
entre as palavras sinistras
desta carta de denúncia!
(...)
Segue-se uma devassa completa, prisões, confisco de bens,
falsos testemunhos, a morte de Cláudio Manuel da Costa, o Glauceste Satúrnio,
sob condições misteriosas (XLIX), a execução de Tiradentes, antecipada na fala
do carcereiro (LII) e explicitada nos romances LVI a LXIII:
(...)
Já lhe vão tirando a vida.
Já tem a vida tirada.
Agora é puro silêncio,
repartido aos quatro ventos,
já sem lembrança de nada. (...)
Após um período como magistrado, Tomás Antônio Gonzaga, o
Dirceu, é também preso, julgado e condenado ao exílio em Moçambique (LIV e LV).
Lá, longe de sua ex-noiva e agora inconsolada Maria Dorotéia Joaquina de
Seixas, a Marília (LXXIII), casa-se com Juliana de Mascarenhas (LXXI).
Os romances finais falam do poeta Alvarenga Peixoto, sua
esposa, Bárbara Eliodora, e sua filha, Maria Ifigênia (LXXV a LXXX); o retrato
de Marília idosa; lamentos pela calamidade mineira; e a loucura e morte de D.
Maria I (LXXXII e LXXXIII). A obra é concluída com a “Fala aos
Inconfidentes Mortos”:
E aqui ficamos
todos contritos,
a ouvir na névoa
o desconforme,
submerso curso
dessa torrente
do purgatório...
Quais os que tombam,
em crimes exaustos,
quais os que sobem,
purificados?
Um dos romances mais significativos, o XXIV, relaciona o ato
da confecção da bandeira dos inconfidentes com todo o movimento que eles
preparavam em Ouro Preto:
(...)
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
uns sugerem, uns recusam,
uns ouvem, uns aconselham.
Se a derrama for lançada,
há levante, com certeza.
Corre-se por essas ruas?
Corta-se alguma cabeça?
Do cimo de alguma escada,
profere-se alguma arenga?
Que bandeira se desdobra?
Com que figura ou legenda?
Coisas da Maçonaria,
do Paganismo ou da Igreja?
A Santíssima Trindade?
Um gênio a quebrar algemas?
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
entre sigilo e espionagem,
acontece a Inconfidência.
E diz o Vigário ao Poeta:
“Escreva-me aquela letra
do versinho de Virgílio...”
E dá-lhe o papel e a pena.
E diz o Poeta ao Vigário,
com dramática prudência:
“Tenha meus dedos cortados
antes que tal verso escrevam...”
LIBERDADE, AINDA QUE TARDE,
ouve-se em redor da mesa.
E a bandeira já está viva,
e sobe, na noite imensa.
E os seus tristes inventores
já são réus — pois se atreveram
a falar em Liberdade
(que ninguém sabe o que seja).
Através de grossas portas,
sentem-se luzes acesas,
— e há indagações minuciosas
dentro das casas fronteiras.
“Que estão fazendo, tão tarde?
Que escrevem, conversam, pensam?
Mostram livros proibidos?
Lêem notícias nas gazetas?
Terão recebido cartas
de potências estrangeiras?”
(Antiguidades de Nîmes
em Vila Rica suspensas!
Cavalo de La Fayette
saltando vastas fronteiras!
Ó vitórias, festas, flores
das lutas da independência!
Liberdade – essa palavra,
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda!)
E a vizinhança não dorme:
murmura, imagina, inventa.
Não fica bandeira escrita,
mas fica escrita a sentença.
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Nossa História - Data Comemorativa - Dia 21 de abril - Dia de Tiradentes
"Tiradentes Esquartejado" Pedro Américo |
O dia de Tiradentes é celebrado, sob regime de feriado nacional, em 21 de abril desde 1965 como forma de construção da imagem heroica do Patrono da Nação.
Desde 1965, aos 21 dias do mês de abril, celebra-se no Brasil o Dia de Tiradentes e, junto à pessoa deste, rememoram-se também os acontecimentos que configuraram a Inconfidência Mineira. Neste texto, procuraremos explicitar os motivos pelos quais Tiradentes passou a ser considerado um herói nacional e Patrono da Nação Brasileira.
Sabe-se que “Tiradentes” era o apelido de Joaquim José da Silva Xavier, um alferes (cargo militar da época colonial) que também exerceu a profissão de dentista. Tiradentes participou ativamente de um dos principais movimentos de contestação do poder que a coroa portuguesa exercia sobre o Brasil Colônia: a Inconfidência Mineira. Sabemos que esse movimento articulou-se entre os anos de 1788 e 1789 e foi permeado por ideias provindas do Iluminismo que se alastrou pela Europa, na segunda metade do século XVIII.
Os inconfidentes de Minas Gerais geralmente integravam, com exceção de poucos, a elite cultural e social daquela região (como era o caso do poeta Tomás Antônio Gonzaga) ou então ocupavam postos militares ou exerciam profissões liberais, como era o caso do referido Tiradentes. O que dava unidade ao grupo eram ideias como a de liberdade e igualdade (ideias essas que também fomentaram a Revolução Francesa, em 1789), além do anseio pela emancipação e independência com relação à Coroa Portuguesa, à época governada pela rainha D. Maria, “A louca”.
Os planos de insurgência contra o governo local em Minas, representado pelo Visconde de Barbacena, foram articulados em 1788 e tiveram como estopim a política de cobrança de impostos sobre a produção aurífera e sobre os rendimentos que ganhava cada pessoa que compunha a população de Minas Gerais. Esse último imposto era conhecido sob o nome de “derrama”. Apesar de terem uma organização bem elaborada, os inconfidentes acabaram por ser delatados por Silvério dos Reis, um devedor de tributos que, com a denúncia, acreditava poder sanar suas dívidas com a coroa.
Todos os inconfidentes foram presos. Tiradentes foi apanhado no Rio de Janeiro. O processo estabelecido contra eles e os subsequentes julgamentos e sentenças só terminaram em 1792, no dia 18 de abril. Os principais líderes receberam a pena do banimento, isto é, foram expulsos do país. Tiradentes, ao contrário, foi enforcado no dia 21 de abril ao som de discursos que louvavam a rainha de Portugal. Seu corpo foi esquartejado e sua cabeça exibida na praça principal da cidade de Ouro Preto.
Evidentemente, o dia da morte de Tiradentes por muito tempo foi compreendido como o dia em que um rebelde foi morto, como típico exemplo de retaliação absolutista. Entretanto, após a Independência do Brasil e, principalmente, após a Proclamação da República (época em que o Brasil, já desvinculado de Portugal, procurava construir sua identidade nacional), a imagem de Tiradentes começou a ser recuperada e louvada como um dos heróis da nação ou como um dos que primeiramente lutaram (até a morte) pela liberdade.
Um exemplo dessa imagem foi a instalação, em 1867, do primeiro monumento a Tiradentes na cidade de Ouro Preto. Outro exemplo, o mais notório, foi a confecção, por parte do pintor Pedro Américo, do quadro “Tiradentes Esquartejado” (ver imagem no topo do texto) em 1893, época em que a República, recém-instituída, procurava os mártires e os patronos da “Nação Brasileira”. O Tiradentes de Pedro Américo traduz a imagem idealizada do martírio, que se aproxima do martírio de Cristo.
Essa visão republicana de Tiradentes permaneceu (e, de certo modo, ainda permanece) no imaginário popular dos brasileiros. Em 1965, durante a primeira fase do regime militar no Brasil, o marechal Castelo Branco, então presidente da República, contribuiu para o reforço dessa imagem de Tiradentes, sancionando a Lei Nº 4. 897, de 9 de dezembro, que instituía o dia 21 de abril como feriado nacional e Tiradentes como, oficialmente, Patrono da Nação Brasileira.
Fonte: Brasil Escola, por Me. Cláudio Fernandes
terça-feira, 19 de abril de 2016
Data Comemorativa - DIA DO ÍNDIO - ORIGENS DA CELEBRAÇÃO DO DIA DO INDÍO
História - Origem do Dia do Índio
O dia 19 de abril foi estabelecido oficialmente para homenagear os indígenas pelo presidente Getúlio Vargas, em 1943, atendendo propostas dos próprios líderes indígenas.
A instituição da data, no entanto, ocorreu anteriormente, no ano de 1940, quando o indigenista e explorador Marechal Cândido Rondon, um dos maiores defensores dos índios, propôs aos indígenas brasileiros que aderissem ao 1º Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México.
Os índios brasileiros, a princípio, evitaram participar, considerando que os homens brancos não aceitariam suas reivindicações, mas respeitando e conhecendo o Marechal Rondon, aceitaram a adesão em 19/04 do mesmo ano.
O congresso ocorrido no México gerou a criação do Instituto Indigenista Interamericano, cuja sede é ainda nesse país, e ainda hoje tem como função principal zelar e defender os direitos indígenas em toda a América.
Desrespeito aos Costumes Indígenas
Mesmo com os cuidados tomados por órgãos federais e ONGs, o que se vê muitas vezes é o desrespeito à causa indígena, com invasão de terras, cortes ilegais de madeira e apropriação dos recursos naturais, muitas vezes gerando conflitos entre os invasores e as tribos ainda remanescentes no nosso país.
Habitando as terras brasileiras desde milênios antes da chegada dos portugueses, os índios, ao longo do tempo, viram seu número cair de milhões de indivíduos a pouco mais de 150 mil pessoas, na metade do século XX, só voltando a aumentar a partir da década de 1980. Pelo censo de 2010, havia no Brasil cerca de 800 mil pessoas se declarando indígenas.
Dia do Índio ? 19 de abril
O Dia do Índio é comemorado em 19 de abril apenas no continente americano, e serve para fazer com que o povo desta região saiba da importância que os índios possuem na história de cada país.
O Dia do Índio para a Educação Infantil
O Dia do Índio é uma data em que as escolas e organizações governamentais e do terceiro setor procuram realizar eventos que prestigiem a cultura indígena brasileira. Nessa data são realizadas diversas atividades, promovendo exposições, reuniões e simpósios que criem a reflexão sobre a importância da preservação da cultura indígena, manutenção de terras pertencentes aos índios e o devido respeito às suas tradições culturais.
As atividades realizadas durante o Dia do Índio na escola são muito importantes para mostrar às crianças não apenas quais os povos que originalmente habitaram nossas terras, como também a perceber que os costumes dos diversos povos são igualmente importantes e devem ser respeitados. Para isso, normalmente é feito um projeto para o Dia do Índio, que inclui atividades lúdicas como fazer máscaras, pintar o rosto, danças típicas e trabalhos de pesquisa sobre a cultura indígena.
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Data Comemorativa - DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL - MONTEIRO LOBATO
O dia 18 de abril foi instituído como o dia nacional da literatura infantil, em homenagem à Monteiro Lobato, data do nascimento do mesmo. “Um país se faz com homens e com livros”. Essa frase criada por ele demonstra a valorização que o mesmo dava à leitura e sua forte influência no mundo literário. Para comemorar esta data, o blog Acorda Cordel publicou estes versos, o texto foi publicado em folheto pela editora IMEPH, de Fortaleza-CE. Eis alguns trechos:
Nessa data tão marcante
Dia 18 de abril
Todo o Brasil comemora
Dia do Livro Infantil
Pois nesse dia tão grato
Nasceu Monteiro Lobato
Grande escritor do Brasil.
José Monteiro Lobato
Nasceu lá em Taubaté
No Vale do Paraíba
Onde viceja o café
Foi um garoto eloquente
Travesso e inteligente,
Tornou-se um homem de fé.
Fé na cultura e na força
Dessa pátria brasileira,
E fez da Literatura
Sua paixão verdadeira
Para a criança escreveu
E o Brasil conheceu
Uma obra de primeira.
Tia Anastácia, Visconde,
Dona Benta e Narizinho
Emília, Tio Barnabé,
Cuca, Saci e Pedrinho
São personagens amados
Que sempre serão lembrados
Com gratidão e carinho.
Os seus livros infantis
Têm mais graça e poesia
Falam de história, gramática,
Ciência e astronomia
No meio das brincadeiras
Há lições bem verdadeiras
De pura filosofia.
Dizia que um país
Para ser grande nação
Se faz com homens e livros
Eis uma sábia lição
E que a nossa criança
Para ter mais esperança
Precisa de EDUCAÇÃO.
Com grande programação
Todo o Brasil reconhece
O valor desse escritor
Que todo o Brasil conhece
Devido ao Sítio, tão belo,
Do Pica-Pau Amarelo
Que a todos nós enternece.
Fez “O Poço do Visconde”
“Reinações de Narizinho”
“As Memórias da Emília”
“As caçadas de Pedrinho...”
Em campanhas resolutas
Abraçou algumas lutas
Ao longo de seu caminho.
A exploração do petróleo
Foi sua grande bandeira
E às vezes atrapalhava
Sua brilhante carreira
De escritor consagrado,
Mas deixou grande legado
Para a pátria brasileira.
(...)
Arievaldo Viana
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Nossa literatura - MONTEIRO LOBATO - DADOS BIBLIOGRÁFICOS
José Bento Renato Monteiro Lobato, contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, em 18 de abril de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.
Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.
Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sabia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.
Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.
Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.
No ano de 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribuiu com o desenvolvimento de nossa literatura.
fonte: Sua Pesquisa
domingo, 17 de abril de 2016
Nossa literatura - Literatura e Cordel - ''A POLÍTICA BRASILEIRA - O PERFIL DOS CANDIDATOS''
Maurilio Charge - bolso político |
"No Brasil há candidatos
Que só querem enriquecer
Depois que estão eleitos
Do povo não querem saber
Traz um mundo de ruínas
Começam a fazer rapinas
Fugindo do seu dever.
É fácil se conhecer
Basta prestar atenção
São dos que usam o dinheiro
Só para comprar mansão
Da cidade sempre esquece
E depois só aparece
Na hora de nova eleição.
No momento em que aparece
Procurando nos enganar
Ver um pobre pela rua
Vem correndo abraçar
Aí que está o perigo
Tenha cuidado meu amigo
E saiba pra quem vai votar.
Pode colocar na mente
Com toda maturidade
Prepare seu alicerce
Cuidado com tempestade
Não siga por aventura
Pois tem gente que procura
Desdenhar nossa cidade.
Pra quem pensa no progresso
Trabalho e manutenção
Através dessa leitura
Dou-lhe uma sugestão
Cuidado com o perigo
Abra os olhos meu amigo
Na hora da votação.
Fique atento caro eleitor
Na hora da votação
Muitos candidatos prometem
Só pra ganhar a eleição
Depois que estão eleitos
Diz agora não tem mais jeito
Saúde pra pobre não
Não seja um desatento
Lute pela lealdade
Procure manter na vida
Amor e dignidade
Portanto não se entregue
Sem planejar ninguém consegue
Alcançar a felicidade
Não vote num candidato
Que só vem atrapalhar
Quando passa as eleições
Não lembra mais do teu lar
Não falo de brincadeira
Cito aqui Algumas maneiras
Que fazem para nos enganar.
Tem deles que vão chegando
Às vezes nem te conhece
Pra conquistar o teu voto
No momento em que aparece
Fala mal da oposição
Pega logo em tua mão
E assim diz uma prece.
Ó amigo há quanto tempo
Por que não me procurou
Esqueci até o seu nome
Vá dizendo, por favor,
Eu estou aqui de novo
Pra ajudar todo o meu povo
O qual tenho muito amor.
Em seguida um abraço
E um aperto de mão
Quando você solicita
Qualquer alimentação
Ele logo vai dizendo
Agora não estou tendo
E só depois da eleição.
Outro vem com mansidão
E lhe chama até de querido
Quando ganha a eleição
Passa o tempo escondido
Enfrenta qualquer barreira
Para nem por brincadeira
Atender o seu pedido.
Outros chegam à sua casa
Sentam à beira do fogão
Mostrando simplicidade
Comem até do teu feijão
Trata-te com alegria
Isso tudo é fantasia
Só pra ganhar a eleição
Queremos apenas o direito
Na saúde e educação
Justiça e dignidade
Conforme a constituição
Vivenciando um mundo novo
A liberdade de um povo
Sofrido aqui nesse chão.
É melhor pedir a Deus
O nosso Pai Criador
Que nos mostre entendimento
Coragem, paz e amor
Que nos dê determinação
Um voto de gratidão
A um homem trabalhador.
Jesus Cristo é nosso Mestre
Onipotente e redentor
Agradecemos o dom da vida
Que ele nos proporcionou
Unidos sempre teremos
Iluminação no que vemos
Mantendo coragem e amor".
De Joaquim Araújo da Silva - Gandu - Bahia
quarta-feira, 13 de abril de 2016
"Brasil, meu Brasil Brasileiro": Nossa Literatura - LIVRO: A NARRATIVA DA VONTADE D...
"Brasil, meu Brasil Brasileiro": Nossa Literatura - LIVRO: A NARRATIVA DA VONTADE D...: “A narrativa da vontade de Deus: a História do Brasil de frei Vicente do Salvador” – este o título de um dos últimos e mais importa...
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