Ruy Barbosa de Oliveira (Salvador, 5 de novembro de 1849 — Petrópolis,
1 de março de 1923). Rui Barbosa de Oliveira bacharelou-se pela Faculdade de
Direito de São Paulo em 1870. No início da carreira, na Bahia, engajou-se numa
campanha em defesa das eleições diretas e da abolição da escravatura. Depois,
seria político relevante na República Velha, ganhando projeção internacional
durante a Conferência de Paz de Haia (1907), em que defendeu a teoria
brasileira de igualdade entre as nações.
Eleito deputado na Assembléia Provincial da Bahia em 1878,
passou no ano seguinte a deputado geral (ou seja, representante da província no
Legislativo nacional, no Rio de Janeiro). Atuou na elaboração da reforma
eleitoral, na reforma do ensino e na emancipação dos escravos.
Com a República, tornou-se vice-chefe do governo provisório
e assumiu a pasta das Finanças. Também escreveu o projeto da Carta
Constitucional da República. Sendo dissolvido o Congresso por Deodoro da
Fonseca, Rui abandonou o cargo que ocupava e passou à oposição.
Em 1893, envolveu-se na Revolução da Armada e acabou
exilado. Após ter passado pela Argentina, Lisboa, Paris e Londres, voltou para
o Brasil e foi eleito senador pela Bahia em 1895.
Rodrigues Alves, presidente da república, designou-o
representante do Brasil na 2ª Conferência de Paz de Haia. No Brasil, dada sua
brilhante inteligência e eloqüência, ganhou por isso o título "Águia de
Haia".
A verdade, porém, é que a impressão causada por lá não foi
tão positiva assim (o representante alemão, por exemplo, não foi o único a
considerar Rui "o mais aborrecido dos participantes"). No final da
vida, ainda seria eleito juiz do Tribunal Internacional de Haia.
Em 1916, indicado pelo então presidente Venceslau Brás,
representou o Brasil no centenário da independência argentina, discursando na
Faculdade de Direito de Buenos Aires sobre o conceito jurídico de neutralidade.
Em plena Primeira Guerra Mundial, o discurso causaria a ruptura das relações do
Brasil com a Alemanha.
Três anos depois, Rui recusaria o convite para chefiar a
delegação brasileira na Conferência de Versalhes (1919), que estipulou os
termos da paz entre vitoriosos e derrotados na Primeira Guerra.
Com seu enorme prestígio, Rui Barbosa candidatou-se duas
vezes à Presidência da República (nas eleições de 1910, contra Hermes da
Fonseca, e nas de 1919, contra Epitácio Pessoa em 1919), mas foi derrotado em
ambas.
Como jornalista, escreveu para diversos órgãos, em especial
"A Imprensa", o "Jornal do Brasil" e o "Diário de
Notícias", tendo presidido esse último. Sócio-fundador da Academia
Brasileira de Letras, sucedeu a Machado de Assis na presidência da casa.
Rui Barbosa morreu aos 73 anos. Sua extensa bibliografia, em
mais de cem volumes, reúne artigos, discursos, conferências e anotações
políticas escritas durante toda uma vida. Sua vasta biblioteca, com mais de 50
mil títulos, pertence à Fundação Casa de Rui Barbosa, em sua antiga residência
no Rio.
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