Pau-Brasil |
Da família das leguminosas (Caesapilna, echinata, Lam.), é
também conhecida por Ibirapitanga, muirapiranga, sapão, pau-rosado, pau-de-pernambuco.
A sua flor perfumada é amarela, destacando-se uma pétala manchada de vermelho.
De cerne rubro com manchas escuras, cresce com lentidão e atinge a altura de
vinte e trinta metros. Floresce em outubro e novembro.
O Pau-Brasil foi o primeiro empreendimento de exploração
econômica no Brasil. Essa madeira já era conhecida pelos europeus, que a utilizavam como
corante na indústria têxtil: até então,
o produto vinha do Oriente.
Foi, pois, dessa árvore de que se extraía uma tintura
vermelha, que a população nativa já usava
para tingimento de fibras do algodão, que se derivou o nome
"Brasil", embora a discussão
sobre a origem do nome esteja longe do fim.
O então rei de Portugal firma um contrato com os mercadores
para a exploração da madeira nas novas terras. Em troca, eles deveriam enviar navios ao Brasil,
construir e manter aqui uma fortaleza, e pagar impostos à Coroa. Assim nasceram
os "brasileiros", nome dado aos comerciantes do pau-brasil.
O escambo foi uma das maneiras utilizadas para explorar o trabalho indígena na extração
da madeira.
Na base da troca de miçangas, tecidos e roupas, canivetes,
facas e outros objetos, os nativos
derrubavam as árvores, obtinham as toras e armazenavam nas feitorias
.
O Pau-Brasil ocupou o centro da história brasileira
durante todo o primeiro século da
colonização. Abundante na época da chegada dos portugueses e hoje quase
extinta, atualmente só é encontrada em
jardins botânicos e em parques nacionais, plantada vez por outra em cerimônias
patrióticas.
O Brasil deve igualmente ao Pau-Brasil uma das suas
principais manifestações artísticas. Oswald de Andrade, no que denominou
"Manifesto Pau-Brasil",
publicado em 18 de março de 1924 no Correio da Manhã do Rio de Janeiro, deu
nova dimensão à arte brasileira, contrastando, sem rejeitar o
internacionalismo, o Brasil mulato e tropical com o da indústria moderna.
"(...) A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar
domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito
magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal
anda todo o presente.
Nenhuma fórmula para a
contemporânea expressão do mundo.
Ver com os olhos livres.
Temos a base dupla e presente - a floresta e a escola. A
raça crédula e dualista e a geometria, a
álgebra e a química logo depois da mamadeira e do chá de erva- doce. Um misto
de "dorme-nenê que o bicho vai pegá" e de equações.
Uma visão que bata nos cilindros dos moinhos, nas turbinas
elétricas; nas usinas produtoras, nas questões cambiais, sem perder de vista o
Museu Nacional. Pau-Brasil.
(...) Bárbaros, crédulos, pitorescos e meigos. Leitores de
jornais. Pau-Brasil. A floresta e a escola. O Museu Nacional. A cozinha, o
minério e a dança. A vegetação. Pau-Brasil."
- Oswald de Andrade-
(Correio da Manhã, 18 de março de 1924).
Antropofagia - Tarsila do Amaral |
Mas, ninguém mais do que
Tarsila do Amaral expressou melhor a Pintura Pau-Brasil, redescobrindo
com sua arte o passado colonial brasileiro.À frente dos Modernistas, Tarsila
liderou o movimento que em 1928 ficou mundialmente conhecido como Movimento
Antropofágico.
Esta nação, que tem a maior biodiversidade do mundo, cujo
nome veio de uma árvore, foi motivo da devastação de um dos mais ricos
ecossistemas do planeta e deve, para não deixar repetir o que aconteceu no
passado, fazer cumprir a legislação ambiental, para que o potencial de suas
florestas não continue sendo explorado irracionalmente.
Infográfico do jornal “O Estado de S. Paulo” sobre os usos do pau-brasil |
Árvore típica da Mata Atlântica, o pau-brasil precisa da
ação conjunta de iniciativas públicas e privadas para permanecer na flora
brasileira. Para quem não conhece, segue uma breve descrição: tem o tronco e
galhos cheios de espinhos e pode atingir 30 metros de altura. Depois de 375
anos de exploração, agora ela é considerada a árvore nacional, está protegida
por lei e não pode mais ser cortada das florestas.
ATIVIDADES - Vamos Pintar: Clique na figura para ampliá-la e salve-a
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